«O iluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria se a sua causa não reside na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem em se servir de si mesmo sem a orientação de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo.» - I. Kant, Resposta à Pergunta: Que é o Iluminismo?, 1784. In A Paz Perpétua e Outros Opúsculos, Edições 70
Longe de partilhar desta acusação de Kant (como se a coragem intelectual estivesse justamente distribuída), gostava apenas de destacar a necessidade da coragem intelectual para afrontarmos os mais negros recessos da nossa personalidade, quartos medonhos de que não nos atrevemos a abrir a porta com medo de os encarar e vencer. Porque a pior ignorância não reside no desconhecimento da matemática aplicada ou da filosofia transcendental de Kant, reside no desconhecimento de nós próprios. A palavra de ordem, no entanto, vale também neste caso: Sapere aude! - Ousa saber! - Ousa questionar-te! Ousa desafiar-te! Ousa olhar-te a ti mesmo nos olhos! no espelho da alma! É necessário ousar, atrever-se. Quem é derrotado mas, mesmo assim, se levanta e torna a dar combate, perdura e supera.
Uma descrição bem mais poética (e bem mais precisa) desta "luta" a que me refiro, está em "A Voz do Silêncio":
«a nenhum guerreiro voluntário da feroz luta entre o vivo e o morto [o eu inferior e o Eu superior], e a nenhum recruta, poderá jamais ser-lhe negado o direito de entrar na Senda que conduz ao campo de batalha. Porque ou vence ou cairá. Sim, se vence o Nirvana será seu (...) E se cai, ainda assim não cairá em vão; os inimigos que matou na última batalha não voltarão à vida no próximo nascimento que lhe tocará» - H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio, fragmento 2
«O guerreiro destemido, com o precioso sangue da sua vida escorrendo das suas profundas e abertas chagas, atacará o inimigo, expulsá-lo-á da sua fortaleza, e vencê-lo-á, antes dele próprio expirar.» - H. P. Blavatsky, A Voz do Silêncio, fragmento 3
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