A palavra "coração", tão desgastada pelo uso comum que lhe damos, presta-se a que já não consigamos atinar com o seu significado simbólico, julgando conhecê-la e passando por alto sem a meditarmos. Por isso, para que seja possível entendermos o que se quer dizer com "coração", vejamos, por seu lado "Tao" e "Dharma":
«Onde a grandeza do Tao está presente, a acção surge do coração de cada um» - Tao Te Ching, estrofe 18
«O Tao é a casa do tesouro, a verdadeira natureza, a origem secreta de todas as coisas» - Tao Te Ching, estrofe 62
«Dharma, na sua acepção mais geral, significa maneira de ser, natureza essencial de um ser» - António Barahona, glossário de Bhagavad-Guitá, Assírio & Alvim
Ora, esta "natureza essencial" é o lugar da Harmonia, é pela harmonia que se conhece e caracteriza. A conformidade com esta natureza harmónica é o Caminho; a Harmonia é o Caminho:
«Na vida ele dá à vida o que a ela cabe, e aperfeiçoa o seu Caminho. E, na morte, ele dá à morte o que a ela cabe, e não se preocupa com o que está por vir. Esse coração não se deixa influenciar, nem mesmo pelas mutações e transformações do Céu e da Terra; e mesmo que todas as coisas deste mundo lhe caiam em cima, esse coração não é arrastado, nem é levado à confusão» - Tengu-Geijutsu-Ron
«Denomina-se Caminho seguir a própria natureza» - Tengu-Geijutsu-Ron
Harmonia e conformidade com a nossa natureza intrínseca é conhecermo-nos a nós mesmos. O único conhecimento em que existe possibilidade de não errar:
«Quando um inimigo ataca e eu me sinto seguro, em uníssono com o Caminho, a condição humana está do meu lado como uma armadura de metal» - Tengu-Geijutsu-Ron
«[o Dharma] Transgredido, mata; observado, protege» - Manava-Dharma-Shastra, Código das Leis de Manu, in glossário de Bhagavad-Guitá
«Aproxima-te do universo do Tao e o mal não terá poder. Não que o mal não tenha poder, mas o seu poder não será usado para prejudicar os outros. Não só não prejudicará outros, como o próprio sábio também será protegido» - Tao Te Ching, estrofe 60
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