quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sabedoria é kung-fu

Para não restringir demasiado o âmbito deste estudo, como se nada mais houvesse para além dele, diremos que desta virtude tão cara aos antigos se disse a certa altura: «(...) a mãe de todas as coisas boas é a sabedoria» (Cícero, As Leis). Na verdade, quer seja na acepção de "bom-senso" (que nos orienta as decisões); na de "erudição" (conhecimento profundo de um tema); na de "moderação" (acepção estóica); ou na de "discernimento" (percepção intelectual em geral); a sabedoria, independentemente da sua aplicação, é sempre louvada ao estilo de Cícero, como "a mãe de todas as coisas boas".
De facto, sempre seriam poucos os louvores para enaltecer essa capacidade adquirida por longo esforço que faz questão de delegar em nós a responsabilidade pelo nosso destino ("o sábio depende de si mesmo" - Medieval). E esta vertente de virtude adquirida (não-inata), é essencial que seja aceite e compreendida. Ela é produto de um esforço prolongado, tal como o termo chinês "kung-fu" indica: "kung-fu" quer dizer "perícia adquirida com esforço". O que quer dizer que toda a mestria - seja ela qual for - fruto de uma busca incessante, de uma entrega total, cai no âmbito daquilo que "kung-fu" significa. Assim é a nossa busca - de olhos fitos no futuro, sem jamais nos queixarmos do seu preço:

«Nenhum esforço; nenhum sofrimento; nenhuma condição é demasiado dura de se aceitar quando o objectivo é vencer. Uma atitude destas só se pode adquirir quando o desejo de vitória está bem arreigado nos sonhos e ideais do praticante» - Bruce Lee, Tao of Jeet Kune Do

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