quinta-feira, 8 de abril de 2010

A inutilidade da arte: como a da Natureza

Qual é a utilidade da arte? E precisa de ter uma?! Qual é a utilidade da Natureza? Terá, decerto, alguma, se pensarmos naquilo que ela nos dá, a nós, humanos. Assim como o Homem acha utilidade na fauna e na flora, elas, por seu lado, acham utilidade entre si, reciprocamente, numa teia cruzada, inter-dependente, no que é a ecologia do planeta em geral. Digamos que o Homem será até o elemento mais nocivo nesta economia planetária e o de contribuição mais pobre - é o que menos lhe dá e o que mais a esgota.
Se pensarmos em tudo o que sai das mãos do Homem - da tecnologia à gestão de resíduos tóxicos e ao mundo financeiro - quase tudo fede a putrefacção, ao nosso sepultamento anunciado enquanto espécie. Uma só coisa brilha nesta nossa existência - e essa é a arte. A arte sim, porque a arte, para sê-lo de facto há-de estar cheia da harmonia que falta à tecnologia; há-de respirar de justiça tal como não há na finança; e há-de ser mais limpa que qualquer sistema de reciclagem. De tudo o que fabricamos nada tem um nível tão grande de rentabilidade, de aproveitamento. Porque a arte é inútil (não serve um propósito). É aí que reside o seu valor. Que utilidade tem a floresta antes de o Homem lá chegar? Nenhuma, tal como a arte. A floresta não serve um propósito por muitos que lhe encontremos pois, será que ela vive em função de? Claro que não. Se ela é massacrada e destruída isso não é culpa sua. Se a arte tiver utilidade, isso é com cada um de nós. Aquilo que cada um faz dela é lá consigo - a arte não tem nada com isso.

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