quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Caos e o "Outro"

«como Freud salientou, os dois tiranos que lutavam pelo controle da mente eram o "Inconsciente" e o "Superego", o primeiro ao serviço dos genes, o segundo, um lacaio da sociedade - ambos representando o "Outro". Em antagonismo estava o Eu, defensor das necessidades genuínas do ser inerentes ao seu ambiente concreto» - Csikszentmihalyi, Fluir

Quando falamos em enfrentar-nos, desafiar-nos, vencermo-nos, talvez seja esta a principal ideia a reter, aquela a que Freud se referiu como o "Outro", termo que não indica uma força externa, mas uma "entidade compósita" da nossa psique. Este é o inimigo; é aquele de nós mesmos que tem de ser vencido. Cabe-nos a nós (identificando-nos, primeiro que tudo, com uma determinada instância de soberania), regulá-lo, controlá-lo, enfraquecê-lo, calá-lo, eliminá-lo. "Ele" surge com mil faces e mil formas de nos arrastar à entropia psíquica, à derrota da desordem interior. Teremos de vencê-lo uma e outra vez - de nós para nós, dentro de nós, connosco mesmos. Se a instância soberana é derrotada, o Caos avança e toma o poder.

«A "batalha" não é realmente contra o eu mas contra a entropia psíquica que provoca desordem na consciência. É efectivamente uma batalha a favor do eu» - Csikszentmihalyi, Fluir

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